Lucy é um fóssil de Australopithecus afarensis de 3,2 milhões de anos, descoberto em 1974 pelo professor Donald Johanson e pelo estudante Tom Gray em Hadar, no deserto de Afar, na Etiópia quando uma equipe de arqueólogos fazia escavações. Chama-se Lucy por causa da canção "Lucy in the Sky with Diamonds" da banda britânica The Beatles, tocada num gravador no acampamento, e por a terem definido como uma fêmea.
Anteriormente, em 1924, na África do Sul, o pesquisador australiano Raymond Dart descobrira um crânio com tamanho intermediário entre o dos humanos e o dos chimpanzés e denominara a nova espécie de "Australopithecus", que significa "macaco do sul".Uma das características mais notáveis de Lucy foi possuir um joelho virado,que indicava que ela normalmente se movimentava por andar ereto. Sua cabeça femural era pequena e seu pescoço femural era curto, sendo ambas características primitivas. Seu grande trocanter (no Brasil trocanter maior, no entanto, era claramente derivado, sendo curto e similar ao humano ao invés de mais alto que a cabeça femural. A taxa de extensão de seu úmero para o fêmur era de 84.6% comparada aos 71.8% dos humanos modernos e os 97.8% dos chimpanzés comuns, indicando que ou os braços de "A. afarensis" começavam a encurtar, ou as pernas estavam ficando mais longas , ou que as duas coisas estavam ocorrendo simultaneamente. Lucy também possuia uma vértebra lombar, outro indicador de bipedalismo habitualJohanson conseguiu recuperar o osso do quadril e o sacro. Apesar do sacro estar bem preservado, o osso do quadril estava distorcido, levando a duas reconstruções diferentes. A primeira tinha pouca expansão ilíaca e virtualmente nenhuma abertura anterior, criando um ílio que lembrava muito o de um macaco. No entanto, esta reconstrução se mostrou errónea, já que o rami púbico superior não seria capaz de se conectar se o ílio direito fosse idêntico ao esquerdo. Uma reconstrução posterior feita por Tim White mostrava uma ampla expansão ilíaca e uma abertura anterior bem definida, indicando que "Lucy" tinha uma distância acetabular interna extraordinariamente ampla e um rami púbico superior extraordinariamente longo. O seu arco púbico tinha mais de 90º, semelhante ao das fêmeas atuais. O seu acetábulo, no entanto, era pequeno e primitivo.A evidência cranial recuperada de Lucy é bem menos derivada que sua pós-craniana. A parte superior do seu crânio é pequena e primitiva, enquanto que ela possui mais caninos espatulados que os macacos. A capacidade cranial ficava entre 375 e 500 ml.O esqueleto de Lucy encontra-se preservado no Museu Nacional da Etiópia em Addis Abeba. Uma réplica está exposta no lugar do esqueleto original.
Outra réplica do esqueleto original permanece em exposição no Museu de História Natural de Cleveland.Também existe uma réplica em exposição no Field Museum em Chicago.
Um diorama do Australopithecus afarensis e de outros precursores do Homem, mostrando cada espécie em seu habitat natural e demonstrando as habilidades e comportamentos que os cientistas acreditam que eles possuíam, está disposto no Hall de Evolução e Biologia Humana no Museu Americano de História Natural em Nova Iorque.
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